Uma simples bola de futebol lançada na rede de esgoto foi o suficiente para desencadear um transtorno para mais de 180 moradores do Conjunto Edval Gaia, em Palmeira dos Índios, que passaram a sofrer com o transbordamento de efluentes e o mau cheiro na rua. Acionada, uma equipe da Águas do Sertão precisou fazer um trabalho de investigação na rede local para detectar e liberar o ponto obstruído pelo objeto descartado de forma incorreta.
O incidente no Edval Gaia não é um caso único. Pelo contrário, faz parte de um problema muito maior que aflige muitas outras cidades. Os relatórios do time de operações da concessionária Águas do Sertão refletem uma preocupante realidade: só entre as cidades de Igaci, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema, Quebrangulo e Jaramataia, foram realizados mais de 100 atendimentos referentes à manutenção do esgoto nos últimos quatro meses, que retiraram das redes cerca de 250 m³ de dejetos. Já em Piranhas, Penedo e São Miguel dos Campos, outros 325 serviços relacionados a obstruções de esgoto foram registrados no mesmo período.
Em um panorama mais amplo, o Brasil lida com as implicações do descarte irregular há décadas. Esse comportamento não somente gera custos consideráveis em intervenções emergenciais, sobrecarregando equipes que poderiam trabalhar em outras melhorias, mas também amplifica riscos ambientais e de saúde pública. “O lixo descartado desordenadamente pode levar ao entupimento dos sistemas, exaustão das estações de tratamento e, em casos extremos, ao retorno de esgoto às residências e contaminação de recursos naturais”, afirma Antonio Hercules Neto, diretor da Águas do Sertão. “Os transbordamentos e vazamentos resultantes têm a potencialidade de poluir corpos d'água, contaminar solos e invadir lares. É fundamental que a população adote práticas sustentáveis para minimizar significativamente os desafios enfrentados pelos sistemas de esgoto”, diz Antonio Hercules.
Assim, ressalta-se que a responsabilidade é de todos: autoridades, empresas e cidadãos têm papéis importantes a desempenhar. As autoridades e empresas são encarregadas de fornecer infraestrutura e serviços de qualidade, enquanto cabe aos cidadãos a tarefa igualmente crítica de cuidar dessa infraestrutura que é compartilhada por todos. “Apenas por meio de um esforço coletivo contínuo, será possível assegurar o funcionamento eficiente dos sistemas de esgoto e, consequentemente, proteger a saúde pública e o meio ambiente”, completa o diretor da Águas do Sertão.